O segredo dos Noruegueses

Norwegian triathlete Kristian Blummenfelt and Norwegian Gustav iden pictured in action during the Hawaii Ironman men's triathlon race, Saturday 08 October 2022, in Kailua, Kona, Hawaii
Norwegian triathlete Kristian Blummenfelt and Norwegian Gustav iden pictured in action during the Hawaii Ironman men’s triathlon race, Saturday 08 October 2022, in Kailua, Kona, Hawaii, USA. BELGA PHOTO DAVID PINTENS (Photo by DAVID PINTENS / BELGA MAG / Belga via AFP) (Photo by DAVID PINTENS/BELGA MAG/AFP via Getty Images)

Quer ter performance no triathlon como os Noruegueses?

Para quem acompanha o cenário do triathlon mundial, é impossível não se empolgar quando os nomes Kristian Blummenfelt e Gustav Iden, principalmente, vem à tona.
Existem algumas características observadas nesses atletas que os diferenciam da maioria. Vamos falar sobre elas?

PARTE 1: OBSERVAÇÃO
Esses atletas começaram a despontar e ganhar tudo nos últimos anos. Porém, sabe desde quando eles estão treinando e construindo essa trajetória?
Desde pelo menos os últimos 10 anos. Isso mesmo. DEZ ANOS. No mínimo. Uma bela de uma meta de longo prazo.

  • Treinando praticamente da mesma maneira;
  • Com o mesmo treinador;
  • Seguindo os mesmos protocolos;
  • Comendo bem;
  • Dormindo bem;
  • Treinando, comendo, treinando, comendo, dormindo, treinando, repetindo, repetindo, repetindo, repetindo e repetindo.

Treino é repetição. Repetição é às vezes chato se você não vislumbra o objetivo final, que raramente é na semana que vem, mas precisa ser feito.
Condicionamento exige tempo. Não existem atalhos, equipamentos, fórmulas ou suplementos mágicos.

PARTE 2: ESTILO DE VIDA
Todos os fatores que indicam sucesso dos noruegueses estão aliados a um estilo de vida que permite que eles foquem única e exclusivamente no esporte.
O seu dia, sua rotina, seus hábitos, são voltados para isso.
Treinar, comer, dormir, repetir. Família, amigos, vida social? Importantes para o bem-estar mental, mas não podem desviar seu foco do objetivo principal.

Sua vida é assim? Provavelmente não. É realmente desse jeito que você pretende viver? Também acho que não.
No mundo real, com atletas amadores, tudo que acontece na sua vida além do treino também tem sua carga, seu peso e você não consegue remover alguns itens da sua vida como o profissional consegue.

Pense em você como um aparelho celular. Você dorme, deixa carregando. Por vezes carregou completamente (uma boa noite de sono) e por vezes você plugou o carregador na metade da noite e acorda com a bateria abaixo dos 100%. Cada coisa que você faz, tudo que acontece no seu dia, vai gastando um pouco dessa bateria.
Treinou? Usou energia.
Trabalhou? Também.
Atenção pra família? Também gasta sua bateria.
Estresse no trânsito? Adivinha…
Dormiu mal depois? Não recarregou a bateria.
Dia seguinte? Quer usar 100% da bateria mas acordou com 75%. O que acontece?

A diferença pra um celular é que a bateria chega a 0% e ele desliga. Nós como indivíduos biológicos temos uma capacidade imensa de adaptação, mas não sem um custo associado. E esse custo é caro.
Ao contrário dos noruegueses, você não tem como eliminar essas “distrações” da sua vida.
O máximo que você pode fazer é gerenciar e tentar minimizar o impacto delas e ter harmonia para durar bastante tempo no esporte.

PARTE 3: ADAPTANDO-SE AO ESPORTE
Não adianta querer cumprir a planilha a qualquer custo. Isso só vai degradar a sua bateria até chegar no ponto onde nem que você durma ela será carregada.
Isso, quando acontece é o famoso e indesejado burnout. Sozinho ou acompanhado de um evento de RED-S (síndrome de deficiência energética relativa).
Não tem tempo de treinar sequer para um sprint triathlon ou um 10K e se inscreve no Ironman?
Se inscreve em prova atrás de prova e não dá tempo do corpo recuperar ou assimilar os treinamentos recebidos?
Se lesionou e não respeita os protocolos de recuperação?
Quer resultados pra ontem?
Todas esses comportamentos batem no famoso “muro da frustração”, onde é praticamente impossível atingir os objetivos desejados, gerando desmotivação, desistências e até depressão.
Mas e aí? como fazer para viver o esporte que gosto e ainda render nele e na vida?
A principal variável que determina isso é o quanto seu corpo consegue assimilar do treinamento recebido e com isso gerar adaptações positivas, ou seja, evoluir.
Compartilhe sua rotina com seu(sua) treinador(a), nutricionista e demais profissionais envolvidos para que o esporte caiba no seu estilo de vida e seja executável.

PARTE 4: FOCO NO BÁSICO
Muita gente acredita nas ciladas que tentam vender por aí: vitaminas e remédios milagrosos, suplementos com promessas tentadoras, o último e caríssimo equipamento de última geração, a speedsuit do super nadador, a superbike do campeão de Kona, o tênis do campeão da maratona.
Nada disso vai te dar resultados sem dois itens super importantes: Treino e tempo.
Por exemplo, se sua bike foi fabricada nos últimos 6, 8 anos, já é uma bike moderna, aerodinâmica, leve.
Sinto dizer, mas provavelmente não é seu equipamento atual que está limitando a sua performance se você é um amador comum.
Tem dinheiro? Compre TUDO, mas tenha em mente que sua performance não virá por isso e sim apesar disso.
O que se compra faz parte dos 5% finais do seu treinamento, do refinamento.
95% do seu desempenho vem de treinar bem, comer bem, dormir bem, fazer o básico bem feito, mantendo a saúde e com isso a consistência.
O sucesso é atingido com comprometimento, esforço, trabalho. Por isso não ser fácil, muita gente cai na cilada de querer “comprar” performance.

PARTE 5: RESILIÊNCIA MENTAL
Você passa uma década se preparando para ser um atleta vencedor, consegue alguns bons resultados e, de repente, numa prova, segundo lugar. Na outra? Não sobe no pódio. Fim de carreira? Trocar de treinador igual trocam de técnico nos times de futebol brasileiros? Não pra esses atletas e deveria ser não para você também.
Parte da construção deles como atletas também teve a formação de um aspecto mental forte, preparado para isso.
O primeiro ponto é que é virtualmente impossível vencer todas as competições que você participar. Então ficar frustrado é normal, deve acontecer, mas você e sua equipe devem estar preparados para entender o momento, analisar os eventos e ajustar a rota caso necessário.
Os motivos que podem impedir o resultado desejado são muitos: seu corpo não ter vantagem sobre seu adversário naquele circuito/clima/dia, você ter pego alguma doença que ainda não se manifestou mas já está incubando e exigindo energia do seu corpo para lutar contra ela (lembra da bateria?) ou até mesmo essa competição não ser a prioridade no calendário maior.
Independente do resultado, você deve estar ciente do momento e ter expectativas alinhadas com sua equipe para diminuir a carga de frustrações, mesmo que o resultado tão almejado não aconteça na prova A que vocês inicialmente estavam planejando. Isso acontece no campo profissional o tempo todo: atletas abandonando a prova no meio do percurso, situações adversas como uma penalização mal aplicada, entre outros.

Faça o básico bem feito, confie no processo, mantenha a cabeça forte e saudável, avalie, adapte, dê tempo ao tempo e os resultados virão.

O segredo dos Noruegueses

Anti-inflamatórios, esportes de longa duração e rabdomiólise

Rhabdo_me

Inspirado pela leitura de uma repostagem do site do Yuri, resolvi contar sobre uma experiência que tive e falar um pouco sobre a rabdomiólise, uma doença chata e que não tem absolutamente nada a ver com o rabo de ninguém (questionamento da minha tia).

Durante a maratona do Ironman Cozumel de 2015, percebi que estava urinando sangue, apesar de estar me sentindo bem. Ao parar na tenda médica para perguntar se eles sabiam o que eu tinha e o que eu deveria fazer, mediram minha pressão: 90/60. Pensei: “Ih, desidratei”. Meu normal é 120/80 e nas condições de calor extremo da prova, poderia bem ser isso.

Após não ouvir dos enfermeiros palavras como “pare” e  “imediatamente”, resolvi continuar a prova (não façam isso em casa, crianças), baixar meu ritmo de corrida e reidratar com isotônicos, carboidratos e água disponíveis nos postos de hidratação.

Finalizei a prova e, como de praxe, após a linha de chegada, um staff da prova praticamente me deu um mata-leão, caminhando ao meu lado para garantir que eu estava realmente bem e não apenas eufórico pela chegada, caindo duro depois de andar mais 50 metros. Confidenciei à staff ao meu lado que estava bem, porém havia urinado sangue durante a prova. Dito isso, fui imediatamente levado à tenda médica, enfiado no soro e levado para o hospital, onde passei a noite em observação, a base de soro, muito líquido e diuréticos. Nada de pizzas da Domino’s e todo o tipo de guloseimas que serviram após a linha de chegada. A suspeita era de rabdomiólise.

Mas que diabos é essa tal de rabdomiólise?

É uma doença causada pela liberação de “restos” musculares na corrente sanguínea. Ela acontece geralmente em casos onde há o paciente sofre um trauma severo, como um acidente de carro ou desabamentos/terremotos. Pacientes com abuso de álcool ou outras drogas também podem apresentar sintomas. O extremo da rabdomiólise é a perda da função renal por conta do aumento das substâncias musculares no rim, o que pode bloquear os túbulos renais.

Mas… Peraí. Por que um atleta de longa distância teve isso?

Essa é a outra parte da história. Um evento de longa distância como uma ultramaratona ou um Ironman (e até provas mais curtas, para pessoas menos treinadas que resolvem se “aventurar” e exageram na intensidade) gera um desgaste muscular enorme. Isso acarreta lesões que liberam produtos que estavam dentro das células musculares para a corrente sanguínea, entre eles a mioglobina, que o rim não curte muito. Outros fatores que agravam o quadro durante um esporte de longa duração são:

  1. Desidratação que acarreta em redução de fluxo sanguíneo corporal e, consequentemente, menor fluxo para os rins;
  1. Erros na estratégia de alimentação/suplementação: em provas de longa duração, o esgotamento de glicogênio muscular e de glicose no sangue com a continuação do exercício podem levar a quebra de músculo (através da liberação de hormônios catabólicos) para serem utilizados como fonte de energia e;
  1. Por último, e não menos importante: a mania que muitos amigos e atletas de endurance tem (eu incluso, e a partir de agora é tinha) de tomar anti-inflamatórios durante a prova para aliviar dores ou prevenir dores musculares. O problema nem é tanto o anti-inflamatório (é sim, mas isso fica pra outro post), mas a escolha de um tipo específico deles: Ibuprofeno.

O Ibuprofeno, desde a sua bula, já informa que pode causar “insuficiência renal em pacientes desidratados”. Adicione à receita um esporte de longa duração, a redução da função renal durante o exercício intenso prolongado e a tonelada de mioglobina circulando na corrente sanguínea, agite por algumas horas e plim! Você ganha de brinde uma noite no hospital sendo tratado para rabdomiólise.

O tratamento para a rabdomiólise, se feito imediatamente, costuma não causar sequelas e consiste de aplicação de solução salina (soro) intravenal, ingestão absurda de líquidos e administração de diuréticos para diluir a mioglobina no sangue e estimular os rins com a produção e liberação de urina. Dependendo do estado do paciente, procedimentos mais drásticos, como hemodiálise ou uma cirurgia para “desentupir” podem ser aplicados. Sorte que não foi o meu caso.

Ainda sobre a rabdomiólise: o professor Reinaldo Tubarão fez um ótimo artigo para o papo de esteira explicando em detalhes algo que meu nível de conhecimento atual só permite compreender (e também não vale ficar replicando algo que já está bem escrito lá). Vale o link e a leitura. E, ao contrário de mim, sigam à risca a recomendação número 13. Uma prova (por mais importante que seja) não vale seus rins.

Até a próxima!

Jandoza.

 

Inspiração:

http://4×15.com.br/hipertrofia-sabia-que-tomar-anti-inflamatorio-depois-treino-pode-prejudicar-seus-resultados/

Fontes:

http://www.papodeesteira.com.br/colunistas/nutricao-treinamento/rabdomiolise-o-fantasma-que-assombra-os-atletas-de-ultraendurance/

http://www.webmd.com/a-to-z-guides/rhabdomyolysis-symptoms-causes-treatments

http://www.ultrarunning.com/features/running-rhabdomyolosis-and-renal-failure-whos-at-risk/

http://www.endurancecorner.com/Larry_Creswell/NSAIDs

 

Imagem que ilustra o post por Aquapatmedia (Own work) [CC BY-SA 3.0 (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0)%5D, via Wikimedia Commons

Anti-inflamatórios, esportes de longa duração e rabdomiólise

Viagem ao México – passeio para Chichen-Itza e visita ao cenote Ik-Kil

Um dia da viagem ao México foi reservado para o passeio ao centro arqueológico de Chichen-Itza, que pelo que vimos é o mais bem conservado monumento Maia.

Reservamos o passeio para o dia 07-12-2015 saindo de Playa del Carmen com a Easy Tours por 50 dólares por pessoa (pechinchando bastante), que nos pegou no hotel com meia hora de atraso. Se avisassem o horário certo, poderíamos ter dormido mais ou ido até a agência, que ficava a apenas duas quadras de distância.

Fomos até Tulum com uma van e de lá fomos transferidos para um ônibus, com o pára-brisa quebrado. Parece que no México eles não ligam muito pra isso:

para_brisa

Uma pausa na história para duas dicas importantíssimas ao fazer tours pela riviera Maia:

1. Muitos pensam no clima quente o ano todo e não colocam isso na bagagem: LEVEM BLUSA. Os operadores dos tours querem fazer de você um picolé de gente e não mudam a temperatura do ar condicionado nem implorando. Não importa a empresa, todas as que fomos (Xcaret incluída) queriam nos congelar no transporte.

2. Ao sair do litoral mexicano e adentrar o continente, a moeda mais forte é o peso. A cotação em Cozumel e Playa del Carmen girava em torno de 16 pesos para 1 dolar. Já em Tulum/Chichen-Itza, a mesma ficava entre 10 e 13 pesos para 1 dólar.

Continuando:

A primeira parada (após duas horas e meia de viagem) do passeio foi no cenote Ik-Kil. Cenotes são grandes lagoas naturais que podem ter diversas formas (cilíndrica, como um poço, no nível do terreno, como uma piscina, dentro de (ou formando) cavernas, entre outros). O Ik-Kil é um cenote cilíndrico, e o escolhido entre os mais de 2000 (a quantidade ouvimos do guia) na região para sediar o Red Bull Cliff Jump, um campeonato de saltos ornamentais. E com razão. O lugar é lindo!

Fomos informados do tempo para ficar no local (em torno de uma hora) e apresentados aos serviços disponíveis. Existem coletes e armários por 30 pesos cada (ou 2,5 dólares). Caso não queira usar nenhum serviço, basta se trocar e descer. As escadarias são muito bem feitas e bonitas, e a vista tanto de cima quanto de baixo é fenomenal. Um dos cenote mais lindos que vimos.

Lá embaixo há uma plataforma para quem deseja saltar, e se você não tem o espírito aventureiro pode cair na água do nível “térreo” ou descer pela escadinha. O lugar é bem sinalizado e existem funcionários do local para apoiar em caso de dúvida.

A água doce é transparente como todas da região, a temperatura é agradável e existem pequenos peixes pretos vivendo neste cenote.

Fiz alguns saltos, nadamos um pouco e partimos para o próximo passeio. A vontade era passar uma tarde ali, de tão revigorante que era o lugar, mas havia a vontade de ver o sítio arqueológico.

A próxima parada foi para almoçar, no restaurante de um hotel bem próximo (não ficamos nem 10 minutos no trajeto). O almoço tinha poucas opções mas estava bem preparado, e durante a refeição havia uma mostra de dança local, com gorjetas opcionais para os dançarinos e para os garçons. O almoço estava incluído no pacote. Bebidas não. Como não costumamos beber nada durante a refeição, só ficou a gorjeta.

Finalmente, lá pelas 14 e pouco (de novo, não são nem 10 minutos de trajeto), chegamos ao sítio arqueológico de Chichen-Itza. O lugar é bem estruturado e há bastantes serviços disponíveis. O Guia nos deu dois ingressos diferentes por pessoa (?) e entramos.

A primeira impressão do local é que cruzaram a Vinte e Cinco de Março com o sítio arqueológico. Há barracas espalhadas por todo o local que os turistas passam e vendedores tentando chamar a atenção (sem serem intrometidos, se você ignorar eles não insistem) com frases do tipo “one dollar!“, “it’s almost free!“, “aquí es económico!“, entre outras. O pessoal é bem simpático, principalmente quando descobrem (ou você fala) que é do Brasil. Fazem até um desconto instantâneo não solicitado, já que os preços inicialmente são para americanos. Compadecidos da situação atual do nosso país, nos oferecem um”presente” para nossa presidenta: um punhal de Obsidiana.

Chichen(1)

Finalmente chegamos a tão famosa pirâmide de Chichen-Itza. Ela é realmente imponente, magnífica e, de longe, a mais bem-conservada. Começamos a ouvir a explicação do guia de que o sítio todo era sagrado é utilizado para rituais mas, ao contrário de todas as explicações que tínhamos ouvido até agora, esta estava chata e vagarosa. O guia nos deu uma hora e quarenta e cinco minutos para voltar ao ônibus e fomos explorar o local. Além da pirâmide principal, existem várias pirâmides menores, um observatório, o maior campo de pelota que vimos na viagem (devia ser o estádio da copa do mundo de jogo de pelota. Tomara que os Maias não tenham superfaturado a obra) e algumas pedras com inscrições bem mais conservadas que as de Cobá. Ah, diferente de Cobá, aqui é possível fazer tudo a pé dentro do tempo dado pelos guias. Não existem outros meios de transporte como lá, onde a bicicleta ou o “taxi” sao praticamente essenciais.

Em resumo, há bastante coisa para ver e o tempo é bem curto se você quiser curtir bem o local. Se parar para olhar lembrancinhas, o tempo fica mais curto ainda, mas é um ótimo lugar para comprar algo (em pesos, claro). Gerenciamos da melhor maneira que pudemos e chegamos no ônibus a tempo. Caiu uma chuva no final da tarde. Se a visita for no final do ano (a nossa foi no começo de dezembro), levem guarda-chuva.

A última parada é na cidade de Valladolid. O cansaço era grande e quase não descemos nesta, mas o que dá pra explorar no tempo oferecido é a praça central, onde existem algumas comidas regionais e algumas “tiendas” para comprar presentes e comida.

A viagem de volta leva em torno de 3 horas até Playa del Carmen. Quem estiver hospedado em Cancun sofrerá um pouco até poder descansar no hotel.

Esse foi o dia de Chicen Itza. Um lugar especial e que, com certeza, vale a visita.

Até a próxima!

Viagem ao México – passeio para Chichen-Itza e visita ao cenote Ik-Kil

Coisas sobre carros que percebi na viagem ao México

Bora é Jetta.

Jetta é Vento.

Mas tem Jetta Jetta também.

Polo é Clasico.

Fox é Lupo.

Voyage é Gol.

O Gol G5 é Gol mesmo.

Os outros Gol são Pointer.

O Clio é da Nissan e se chama Platina.

Todo mundo arranca o teto dos Corsas e Golfs e faz conversíveis.

O Corsa é Chevy e consegue ser mais feio que o original.

Coisas sobre carros que percebi na viagem ao México

Contatos de emergência – Mais úteis que extintor ABC

Nos últimos anos o esporte tem estado integrado em minha vida. Como consequência inerente a todos que saem para viver a vida ao sabor do mundo, a exposição ao risco existe e faz parte do processo e nem sempre as pessoas que estão com você sabem tudo (às vezes não sabem nada) sobre suas informações pessoais.

Já vivenciei alguns acidentes e já ouvi relatos de amigos que sofreram com isso, principalmente em locais onde há pouca estrutura para o socorro, como no meio de uma estrada ou ao nadar no mar.

Já que não preciso falar muito sobre ter cautela, pois toda conversa com os amigos envereda por este assunto, vou fazer uma recomendação de um recurso muito usado por triatletas, e que funciona muito mais do que o extintor de incêndio automotivo (que todos já sabemos não ser tão útil assim):

Informações de emergência. Ou, na expressão original, ICE (In Case of Emergency). Estas informações servem para que, em casos onde o socorrido não esteja em condições de interagir (leia-se inconsciente ou coisa que o valha), existam informações mínimas para contato e prestação dos primeiros socorros.

Existem formas clássicas e digitais de disponibilizar estas informações. Vou começar pelo método old school: Pulseiras de identificação:

Essa aqui, ó
Essa aqui, ó. 24×7 no pulso, por isso está gasta desse jeito.

A pulseira que possuo é item comum entre triatletas, amigos que possuem alergias e pais de família que a colocam no pulso dos filhos, foi feita no site da Track ID e custou em torno de 50 reais. Existe um site norte-americano que também possui as pulseiras e entrega no Brasil, que é o Road ID. Na tag da pulseira você pode inserir as informações que desejar, como tipo sanguíneo, alergias, contatos de emergência, convênio, passaporte, entre outras. Ambos sites oferecem diversas opções de pulseiras e cores para todos os gostos. Os sites de ambas as empresas possuem uma seção acessível através de um código atrás da pulseira onde você pode cadastrar mais um monte de informações para o socorrista ou hospital.

Contatos de emergência no smartphone:

Já que até para treinos longos e passeios ninguém larga mais o smartphone, ele é uma ótima opção para manter os contatos de emergência (e até para uma boa alma entrar em contato no caso de encontrar seu celular perdido no balcão do açaí depois do treino).

Existem funcionalidades para todos os sabores de sistemas operacionais (até para Blackberry, acredite), e vamos falar de algumas delas abaixo:

iPhones e iCoisas:

A partir da versão iOS 8, os contatos de emergência são nativos e fazem parte de uma seção dentro do aplicativo Saúde, que monitora informações sobre suas atividades diárias. O acesso as informações de emergência acontece mesmo com a tela bloqueada, selecionando a opção emergência na tela de código de desbloqueio e depois escolhendo a opção ID Médico:

MedialID-210-100

Aqui vai um tutorial para configurar essa funcionalidade no iOS8.

Nas versões anteriores do iOS dá pra fazer uma gambiarra adicionando as informações no seu papel de parede da tela de bloqueio através de um aplicativo, com esta dica.

AndroidsWindows Phones também tem seus truques, conforme mostrado aqui e aqui.

No fim todos torcemos e esperamos sempre estar acordados para responder a um socorrista em caso de um acidente mas, em caso de não estar, ficam dadas as dicas acima para um rápido e correto atendimento.

Contatos de emergência – Mais úteis que extintor ABC

Dica para pedal indoor: Review do rolo de equilíbrio Tacx Galaxia

O post de estréia deste site vai falar sobre rolos de treinamento.

Para quem mora longe de qualquer local de treino, quer treinar quando está chovendo sem ir pra rua ou apenas pintou uma vontade de fazer um treino de ciclismo em casa, existem algumas alternativas disponíveis. As mais comuns são os rolos de treinamento fixos (Stationary Trainers) e os rolos de equilíbrio (Training Rollers ou apenas Bike Rollers). A vantagem principal destes rolos, além de pedalar em casa, é utilizar sua própria bike no processo

Os rolos fixos são geralmente parecidos com este:

Rolo fixo
Rolo fixo

Este tipo de rolo oferece diversos tipos de resistência (magnética, fluída, entre outros) e existem diversos fabricantes no mercado. A bike fica presa no rolo pela blocagem da roda traseira e existem diversos tipos de comentários sobre utilizar bikes de carbono ou não nestes rolos, por conta da torção do quadro e a aplicação de forças em locais onde dizem que a bike não foi feita para suportar esta carga. Mas este tipo de rolo, suas características e todas as suas variantes (que são muitas) ficam como assunto para outro post.

Passei um bom tempo pesquisando rolos de treino para enfim comprar um. Acabei escolhendo pelo segundo tipo, que é o rolo de equilíbrio. O modelo que escolhi para chamar de meu foi este. É o Galaxia, da Tacx.

Rolo Tacx Galaxia
Rolo Tacx Galaxia

Um dos diferenciais deste rolo é o seu swing system, que permite que o rolo se mova para trás e para frente, dando um pouco mais de realismo à pedalada ao simular o movimento de se pedalar ao ar livre.

Como não encontrei representação nem revenda da Tacx no Brasil, resolvi fazer como faço com diversas peças de bike: Comprar pela internet no exterior e importar. Comprei este rolo na Chain Reaction Cycles, por 270 dólares. Um mês e 60% de impostos pagos depois, lá estava o rolo dentro de casa:

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Unboxing

O rolo vem em uma embalagem bem compacta para os seus quase 10Kg, e já conta com as duas chaves Allen 5mm necessárias para a montagem, além de um manual ilustrado, porém não muito intuitivo:

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Conteúdo da embalagem

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Correia, parafusos e chaves

Como o manual não ajudou muito, fui atrás de um vídeo de montagem e achei este excelente:

10 minutos e todos os ajustes depois, o meu também estava igual ao do vídeo:

IMG_3153A sensação de pedalar no rolo é estranha no princípio, pois o medo de cair é grande, mas nada que alguns truques para iniciantes não resolvam. As dicas abaixo encontrei no excelente canal do youtube da GCN – Global Cycling Network:

Em resumo, algumas dicas que estão no vídeo e algumas que eu aprendi:

1. Utilizar uma superfície plana (aprendi também que um piso muito liso precisa de um tapete de tecido grosso ou uma placa de EVA embaixo do rolo para que ele não deslize ao pedalar. No meu, utilizei um tapete na roda da frente);

2. A distância do rolo deve ser configurada para que o cilindro da frente fique sempre um pouco a frente da roda dianteira. O vídeo de montagem do rolo ensina a fazer este ajuste;

3. Ao iniciar seus treinos, tenha sempre um apoio de cada lado e evite ficar próximo de lugares como mesas de vidro ou coisas que poderiam quebrar ou te machucar com facilidade em caso de uma queda;

4. Treinar embaixo de um batente de porta é bem interessante e dá bastante confiança para começar. No meu caso treino ao lado de uma parede.

5. Um efeito colateral de treinar dentro de casa é suar bastante. Então, providencie um ventilador para se resfriar e coloque-o em frente a bicicleta. Isso faz bastante falta;

6. Inicie com uma marcha intermediária. Nada muito fácil nem muito difícil, depois você ajusta. Também achei que no rolo a cadência é maior que na rua. Talvez pela falta de resistência;

7. Para subir na bike, em vez do que ela fez, passei a perna por dentro do quadro (na frente do selim) com a bike fora do rolo e só depois encaixei ela em cima dos cilindros. Achei mais fácil de montar e eu tinha que fugir do meu aqua rack, que atrapalha um pouco o monte;

8. Olhe para frente em vez de para baixo, no rolo. O recomendado é olhar uns 5 metros a frente. Tente não virar muito o guidão e mantenha sempre uma cadência constante para que a roda da frente ganhe firmeza. É sério: NÃO PARE DE PEDALAR DE UMA VEZ.;

9. Apesar de parecer necessário para se equilibrar, não segure o guidão com muita força. Não é. Aplique a força em suas pernas e quadris. Estes são sua sustentação principal ao pedalar no rolo. Depois de brincar um pouco (menos de 30min depois), já consegui pedalar sem as mãos e arriscar alguns minutos nas aerobars. Fiz um vídeo, logo abaixo para mostrar o resultado;

10. Para desmontar, segure seu apoio ou o batente da porta, deixe a bike parar sozinha, segure os freios, desclipe e desça com cuidado. Achei melhor tirar a bike do rolo antes de sair de cima do quadro.

Inicialmente não achei necessário pedalar cobrindo a bike e protegendo-a contra o suor. Existem acessórios específicos para isso mas por hora não os usarei. Vi relatos diversos e quase nenhum que estragou a bike ou algum componente por conta disso. Basta manter a rotina normal de limpeza e manutenção constante.

Abaixo segue o vídeo que  fiz com um teste do rolo pedalando normal, sem as mãos e nas aerobars:

Ao final da pedalada ele é relativamente portátil quando recolhido e, dependendo da sua cama, cabe debaixo dela:

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Considerações finais:

Achei uma experiência muito legal, e este rolo vai me acompanhar nos treinos para os Ironman deste ano. Ele é prático, evita um certo tempo de deslocamento e permite usar sua própria bike no processo. Como tenho um jogo de rodas sobressalente, vou comprar pneus da Tacx específicos para o rolo e já comprei um cassete para rodar com estas rodas. Faço uma análise deles quando chegarem.

Rolo de equilíbrio Tacx Galaxia

Prós:
Portátil;
Agradável de pedalar;
Mantém a cadência;
Dá pra pedalar em dias de chuva sem sair de casa.

Contras:
Faz um pouco de barulho (pode ser incômodo para apartamentos. Testarei com as rodas específicas para ver se o barulho diminui);
A dificuldade inicial em se equilibrar pode afastar os menos determinados;
Ausência do “ventinho” de quando se pedala ao ar livre. Pedalar com ventilador ou na varanda ameniza isso.

Fiquem à vontade para enviar dúvidas e sugestões nos comentários.

Dica para pedal indoor: Review do rolo de equilíbrio Tacx Galaxia

A reestreia

Por muitos anos escrevi, depois por muitos anos consumi conteúdo e, depois de mais um tempo, sem saber muito o motivo, parei de escrever. Mesmo assim, não parei de obter conhecimento e nem deixei de ser um curioso sobre o mundo e um entusiasta de tecnologia.

Depois de um pouco de maturidade e evolução (estrada infinita, eu sei), acho que é hora de devolver ao mundo (e a internet, principalmente) um pouco do conhecimento que adquiri nos últimos anos. O estopim para isso foi este post do papodehomem.

Este site não tem um propósito específico e não vai falar de apenas um assunto. Por hora, é um consolidado de todos os assuntos dos quais eu gosto. Os principais temas que me interessam são: tecnologia, triathlon, estilo de vida, aprendizagem, cozinha, música, viagens, entre outros e não necessariamente nesta ordem. Então esperem ver bastante coisa aqui sobre estes assuntos. Caso veja que há muito o que falar sobre um determinado tema eu penso em um site exclusivo para ele.

Sempre que quis aprender um pouco mais sobre algum tema eu corria (e ainda corro) atrás, pesquisava, aprendia, acrescentava isso na minha vida, mas no fim não dividia esta experiência com os outros. Este site veio para mudar isso.

Este ano propõe alguns desafios bem interessantes, que serão assuntos para alguns posts que virão:

– Tenho inscrição para dois Ironman (para quem não sabe, prova de triathlon com 3,8Km de natação, 180Km de ciclismo e 42Km de corrida);
– Tenho um novo emprego, mesmo que dentro da mesma empresa;
– Pretendo me mudar;
– Início (e manutenção) deste site e do compartilhamento deste conhecimento com o mundo.

Enfim, é isso. Vamos ver o que o futuro me reserva. Precisava dar este primeiro passo e caminhar. Já iniciei o site com dois posts no forno e em rascunho. Até o final da semana publico.

Grande abraço a todos.

A reestreia